dimanche 11 juillet 2010

Tempo



O que é o tempo? O que é o dia? O que é uma noite, afinal? Um curto intervalo subjetivo de vida, às vezes com a escuridão desvanecendo cedo e rápido, junto ao cantar dum galo, o chirear de um pássaro ou o verde desmaiado avivando-se como uma folha na primavera.

Mas uma noite sucede outra, um dia sucede outro, até que o inverno encerre-as em quantidade e as distribui quase equanimemente com seus dedos infatigáveis. Elas se prolongam, escurecem, assombram ou descansam. Discos e ciscos de claridade, luzes da cidade lembram estrelas, límpidos planetas, cometas, o esplendor do desejo de flagrar uma estrela cadente. 

Os restos de folhagem do outono parecem bandeiras em frangalhos que rebrilham conforme os enfeites luzentes de uma catedral, onde as letras de ouro no mármore lembram os heróis mortos em batalhas. 

A luz da lua abranda a fatiga do cotidiano, suaviza o restolho e guia os trabalhadores cansados de volta a sua casa.