dimanche 17 mai 2009

Eu?! Onde?!



"Ofuscante e colossal, com que rapidez o Sol nascente me mataria

Se eu não pudesse agora e sempre lançar o Sol de dentro de mim."

(Walt Whitman)

Confusa, assustada, flutuo

No fluxo deste enérgico ar.

O desalento do momento

Enfraquece minhas vértebras.


Sinto os vermes babarem.

De olho gordo,

Entrego as rédeas.

Porém temo o amparo.


Este que já até

Não convence, quase renego.

Dói, com força de touro e garra de tigre.


Minha ferida,

Inflamada no peito...

Invisível, mal-amada, que jeito?

mercredi 13 mai 2009

Ego fragilizado, no extremo da sensibilidade devido `as circunstâncias momentâneas


Calafrio pavoroso invade o peito, toma conta do sujeito, evoca sensações terríveis, lembranças indizíveis, com quem posso contar quando não consigo dizer o que sinto e tudo é tão só em mim, ninguém mais está passando por isso. Será algo pior possível? Sempre aprendi imitações, mas descobri que funcionam cada vez menos, sou tão diferente e distante diante um pavor com o qual tenho que me haver tão sozinha.

Queria ser um mosquito para que o trabalho gasto para existir fosse menor, os estragos menores, a cobrança fosse menor. Cada vez que vejo a luz hoje e o que talvez espera o tempo futuro, desejo pular a janela e voar para o Outro Mundo, a inconsciência. Mas receio ainda não passar a porta e ficar aleijada, sofrendo dor nesta mesma bosta de mundo.

Solidão no mais profundo sentido do termo. Tanta gente mexendo e vejo-me obrigada a roubar remédios para dormir para ver se o sono faz-me companhia. Só não sei o que ocorreu. Só seu que não dormi e fiz até o que não me lembro. Como se a vida não fosse minha. E agora tenho que pegá-la de volta, porque ninguém quer saber dela. O efeito divertido passa.

Náusea mundana dizendo o desprezo explosivo sentido, vivido, cuspido em terra do “esperto”, corrupto encoberto. Lixo vomitado com odor de fome, miséria, carência social, fundamental

Tocar é bom se é querido, ou vira tortura. Unir duas produções químicas divinas misturando as energias e produzindo algo novo, seja sensação, prazer, sentimento, visão, filho... Sem relação de toque fica muito autista e inumano, perde fala e significações variadas. Tocar o ar, o tempo, o espaço no que tem de imaginário, veleidade singela, contemplação... Tocar o ponto do limite, da dor, do desamparo é dispensável, dá muito medo.

Fantasia borbulhante, nível infanto – ainda não diz. Quisera quimera realizasse, que mera veleidade – ingenuidade. Tocaste o cerne do arrepio, do sensível inaudito, indizível. Mobiliza forças do Mistério, sente-se levado pelo inferno, caminha cego ao obscuro, imperceptível empuxo...

Separação transicional tida como permanente motiva desamparo infinito, embute caos de subalmas. Verdade dita e revista, qual é a referência do ponto de vista, dependente também é o sentido e significado das palavras expressas no momento dito da entrevista.

Inferno que sente é gente plangente colhendo migalhas, folguedos de palha. Espalha boatos, consensos, incenso. Granjeia goiaba e até beterraba. Na nuvem o céu dos pecados, tolhidos, vendidos, sofridos realces de real reação. Se lei fora feita, feita fora também a cadeia, e a cadeia de vícios aprisiona o tolo embargado, embriagado e barbado .

Brasil quer ordem e progresso, não quero ordem, nem rigidez, imposição, ditação; quero é organização, articulação, reflexão, muito longe de perfeição, mas muita movimentação em direção à evolução, com participação e determinação. Progresso contínuo é ilusão, regressões pertencem à trajetória de qualquer evolução que chegou à conclusão.

Abuso de poder, displicência profissional, língua maioral, orgulho delinqüente, nem enxerga o que está adjacente.

Confusão de identidades, de personalidades, regressão à fase oral, dependência e indiferenciação, abandonada à ilusão...

Correção? Nem tentativa. Desamparo ao lento desgosto do vão...

mardi 12 mai 2009

Trote


Sm.1. andadura natural das cavalgadas, entre o passo ordinário e o galope, e que se caracteriza pelas batidas regularmente espaçadas das patas.


Balança e dói dentes batem da pessoa, o traseiro tá duro e não pára de bater, cansa o bobo do trotar, e não o bichano, se o fosse mas é ginete do melhor. Cavalgando ao ar livre por sinal nem é tão livre nem tão sinal nem importa que sob as rédeas ainda cavalga e respira sente vento e seu talento.


vendredi 8 mai 2009

A verdade confessa



Não sei se o que me move é algo de amor por ti
Vim ao mundo sem reservas ou sábios conselhos
Nem sei ao certo se amor seria toda esta estranheza
Que me acomete sem que eu possa reconhecer

Sensações inauditas nisto que palpita e indecifro
Amor... seria uma mentira, uma beleza, uma surpresa?
Do destino o golpe desmedido, gérmen da sorte ou do azar?
Ou dependerá do ponto de vista e de se deixar levar?

Eu não sei amar, mal sei respirar, oh destino
Que esperas desta ingênua inapta criatura
Incapaz de cozinhar, lavar, passar, poderia ela amar?

Não, respostas nunca virão, eis minha danação
Terei, então, de escolher: arrisco pular sem saber
Ou deixo o tédio fazer-me endurecer até o envelhecer?

Tania Montandon, 22/04/09